Olá caros amigos. Cá estou eu aqui mais uma semana. Desta vez, escrevendo de um café em São Paulo junto a um irmão da fé. Estava lhe contando sobre como Deus vinha falando muito comigo sobre vulnerabilidade nesta semana. E através de uma pregação de Myles Munroe que este irmão me mostrou. Comecei a refletir sobre um ponto importante e que complementou todas as coisas as quais o Senhor estava me dizendo.
A pregação falava sobre como cada pessoa é original e insubstituível. E como só temos valor quando somos raros. Diamantes são caros porque são raros, bijuterias são baratas porque são comuns. No entanto, às vezes colocamos em nossa cabeça que precisamos ser como outras pessoas (como grandes líderes ou aquele cara mais legal e desenvolto da sua comunidade) para alcançarmos as coisas. Contudo, perdemos nossa raridade tentando ser como elas. Se devemos ter um modelo de homem ao qual seguir, esse deve ser Jesus Cristo. Ele é original, único e insubstituível, assim como nós devemos ser.
Você pode não estar entendendo a ligação entre vulnerabilidade e raridade. Mas espero que o Espírito Santo fale com você, mesmo que minhas palavras sejam falhas e meus pensamentos confusos.
Creio que existem três pontos de vulnerabilidade que podem nos ajudar a nos tornar cada vez mais pessoas raras e independentes da tentativa de nos tornamos iguais a alguém que não é Cristo.
O que é vulnerabilidade?
Entre os vários significados para a palavra, quero me firmar em dois. São eles: sujeito a ser atacado e frágil. Estar vulnerável aqui, na vida cristã, é se livrar de proteções por medo de julgamentos. É evitar levantar um muro e uma barreira em nossa frente para nos protegermos de situações que nos ferem. É confiar totalmente e entregar suas defesas, para estar totalmente sujeito a ser atacado. O resultado no entanto, não é um ataque, é Deus entrando livremente em seu coração a partir de sua sinceridade.
Vulnerabilidade Pessoal
Ef 4:1 “Portanto eu, o preso do Senhor, rogo-vos que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, como toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (KJV-PT)
Quando Paulo cita que é necessário humildade, mansidão e longanimidade para suportar uns aos outros em amor, ele basicamente diz que é necessário:
- Reconhecer quem você é realmente, sem a tentativa de ser algo a mais ou algo a menos (humildade);
- Se acalmar mediante ao conhecimento próprio de suas falhas e fraquezas (mansidão);
- Saber suportar a si mesmo e a seus erros (longanimidade).
Só assim então, é possível viver com os outros em amor. Ser sincero consigo mesmo quebra suas primeiras barreiras e te ensina a entender o lugar onde você está, para facilitar o entendimento ao lugar ao qual você quer chegar e ao seu propósito de vida, que é especial e único. Ou seja, raro.
Vulnerabilidade com os outros
Desbloqueando o primeiro passo de sinceridade conosco, devemos então começar a ser sinceros com os outros a nossa volta.
Tg 5:16 “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz”. (NVI-PT)
Tiago deixa claro em sua carta que existe uma grande importância na confissão dos pecados para os outros. Óbvio, ele enfatiza que essa confissão deve ser feita a um justo. Sabemos o quão difícil é abrir coisas da nossa vida pessoal que nos machucam e nos ferem por dentro. Porém, sendo sincero consigo mesmo e entendendo a dificuldade, será mais fácil para encontrar alguém confiável e que esteja em uma firme caminhada com Jesus. Pode ser seu pastor, líder ou irmão de fé, como é o Pedro Martins, meu amigo ao qual me referi no começo deste texto.
Quando tenho dificuldades e pecados gosto de recorrer a pessoas justas como ele e alguns outros que sei que podem me auxiliar se embasando na Palavra de Deus. Claro que não estou dizendo para que você se abra com todas as pessoas possíveis, sem filtro.
Na continuação do texto de Efésios 4, no versículo 14, Paulo diz para que sejamos sinceros justamente para não sermos carregados pelos ventos de doutrinas diferentes a todo momento. De verdade, eu cansei de ver discipuladores dando conselhos equivocados porque estavam em sua ótima intenção, porém baseados naquilo que foi ouvido e que foi passado de maneira não sincera por seu discípulo. O resultado disso é a ineficácia dos conselhos e a não evolução da nossa fé.
Vulnerabilidade com Deus
Este é um conjunto dos dois primeiros passos. Executando-os, você acaba consequentemente sendo vulnerável com o próprio Deus. Nada tem o mesmo valor que o seu secreto, que sua oração no quarto fechado, falando diretamente com Ele. Mas as vezes, após pecarmos, nos sentimos tão sujos que não encontramos forças pra nos achegarmos diante de Deus. Por isso os pontos anteriores são importantes.
No momento de dificuldade, entenda que eliminando as barreiras e sendo sincero consigo mesmo, com os outros e com o próprio Deus, o amor do Pai começa a fluir livremente dentro de você e fica mais fácil de se ver o poder de Deus.
2 Co 12:10 “Portanto, eu tenho prazer nas fraquezas, nas censuras, nas necessidades, nas perseguições, nas aflições por causa de Cristo. Porque quando eu estou fraco então sou forte” (KJV-PT).
Claro que seguindo a própria bíblia, não devemos pecar muito para ver muito da graça de Deus, essa é uma tolice impensável a qual eu só estou escrevendo a fim de evitar quaisquer interpretações erradas.
Mas sim, é em meio às fraquezas e dificuldades que nos refugiamos em Cristo e sentimos melhor o seu poder, e através do seu poder e da sinceridade para consigo e para com os outros podemos nos sentir completamente felizes em nossa raridade e na nossa individualidade, por termos nossas próprias batalhas para vencer e nossas aflições.
Tg 5:11 “Consideramos felizes aqueles que permanecem firmes em meio à aflição…” (NVT).
Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vocês para que haja um novo romper de barreiras emocionais e para que uma vulnerabilidade sobrenatural seja instaurada em suas vidas! Amém!