Em Apocalipse 13 somos apresentados ao número 666, “o número da besta”, uma sequência que traria consigo maldição, dor, distância, guerra…
Existem muitas explicações e pensamentos acerca disso em diferentes linhas teológicas. Todas as que eu já li a respeito fazem sentido em pontos específicos e ensinam muito. Mas tem uma em especial que me chamou muita atenção.
Três 6
“Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta. Porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.
Apocalipse 13:18
Não sei vocês, mas esse assunto me amedrontava quando mais nova. A ideia de um ser gigante, que afronta Deus e traz destruição, que tem como principal objetivo afastar o povo do Pai e gerar guerras, deixava-me assustada.
E essa numeração? Por que ela, se existem tantos números?
A explicação que mais me chama atenção está no trecho do texto bíblico que descreve que apenas com a marca na mão ou na testa, que é o nome da besta ou o número que representa seu nome, poderíamos comprar e vender, ou seja, a marca seria uma pré-condição para todo o comércio. Algo que, para muitos, seria sinônimo de força, autonomia, pertencimento, poder.
Esse número representa o homem. Essa sequência diz respeito à uma mentalidade e estilo de vida.
O homem como o centro
“E criou Deus o homem à Sua imagem… E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.”
Gênesis 1:27 e 31.
A Bíblia começa com a história da criação do mundo. Onde Deus usa 6 dias para terminar essa obra. No 7º dia Ele pára e contempla tudo o que fez.
Na Bíblia, o 7 sempre traz a ideia de perfeição, de algo completo e digno de ser contemplado. Um lugar de descanso e paz. O número da besta não poderia ser uma sequência de 7 se olhássemos por esse lado. Já o 6 possui outro significado.
No 6º dia, o Senhor criou o homem. A ideia que essa linha de estudo traz é que a sequência de três números 6, que é o número que representa o homem, deixa claro que é a época em que o homem vive do homem, para o homem e pelo homem, sem que seja desejado o auxílio de Deus.
D’Ele, por Ele, para Ele
Essa é a mentalidade de viver para nós, dependendo simplesmente das nossas forças. Nos voltando para nossos desejos, nossos prazeres, consultando apenas nossos sonhos, vontades e ambições, não buscando a aprovação e o direcionamento de Deus.
Tudo que existe nos dias de hoje é visto como relativo. Tudo é volátil, passageiro, circunstancial. Nada é fundamentado e alicerçado. Nos dias em que vivemos, quanto mais voltados para nós mesmos somos, mais somos vistos como fortes e pertencentes. Fazemos parte como seres “empoderados” e autossuficientes.
“…Se um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aqu’Ele que por eles morreu e ressuscitou.”
2 Coríntios 5:14,15
Entende porque essa é a linha de explicação que mais me toca entre todas?
Quanto mais buscamos seguir a Jesus e tudo que foi ensinado e derramado através da cruz, mais somos julgados como fracos e “alienados” pela sociedade, pois Ele nos chama a não vivermos para nós mesmos.
Para concluir…
Eu não sei se esse é o principal significado do texto de Apocalipse 13. Mas, a partir disso, quero te lembrar de que nós não somos o centro da história, não somos os senhores de nossas vidas.
“Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si…”
Romanos 14:7
Ou nós decidimos viver a nossa história, com nossas fraquezas e limitações. Ou vivemos verdadeiramente a história de Deus, que tem real poder e graça.
A glória não deve ser dada a nós, mas para aqu’Ele que nos deu vida e identidade. De nada adianta nos voltarmos para nós mesmos para sermos aceitos pelo mundo se isso nos tira da aprovação de Deus e nos distancia de Seu reino.