“Quando Tu disseste: ‘Buscai o Meu rosto’; o meu coração disse a Ti: ‘O Teu rosto, Senhor, buscarei.’”
Salmos 27:8 (ACF)
Esse convite é para vivermos uma fé centrada no relacionamento, e não apenas nos benefícios.
Buscar a Deus é o chamado mais precioso para o cristão. Porém, muitas vezes, corremos o risco de procurar apenas o que Ele pode nos dar, e não Quem Ele é. Focamos em Suas bênçãos, e não em Sua presença.
A mão ou o rosto?
“No deserto, toda a comunidade de Israel reclamou a Moisés e Arão. Disseram-lhes os israelitas: ‘Quem dera a mão do Senhor nos tivesse matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta multidão!’”
Êxodo 16:2,3 (NVI)
A “mão de Deus” muitas vezes é associada às Suas obras, provisões e milagres. Já o “rosto de Deus” aponta para intimidade, presença e comunhão. Buscar apenas a mão pode nos tornar cristãos utilitaristas, interessados no que Deus faz, e não em Quem Ele é.
Israel experimentou esse perigo no deserto. Deus abriu o mar, enviou maná, água e proteção, mas o povo constantemente murmurava e se afastava da Sua presença. Isso mostra que milagres não sustentam a fé, mas a intimidade com Deus sim.
Conhecer verdadeiramente a Deus, tira o foco daquilo que Ele pode nos dar e nos enche da necessidade de ter cada vez mais intimidade e proximidade com Ele, porque Ele é muito maior do que aquilo que cabe em Sua mãos.
Quando buscamos a face do Senhor, encontramos algo que vai além da provisão. Encontramos o próprio Deus, e isso transforma completamente o nosso coração.
Um relacionamento que sustenta
“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.”
Habacuque 3:17,18 (ACF)
As bênçãos de Deus podem mudar de acordo com as estações da vida, mas a presença d’Ele permanece constante. Se o nosso foco está apenas em Suas mãos, nossa fé desmorona nos momentos de escassez. Mas quando buscamos Seu rosto, encontramos força mesmo em meio às dificuldades, pois não precisamos de nenhuma prova do que Ele pode fazer. Nós já sabemos Quem Ele é.
Nossa alegria não pode estar baseada no que temos e recebemos, mas naquilo que está sendo gerado dentro de nós, através de um relacionamento com o Pai.
É isso que nos sustenta no silêncio, na espera e até nas perdas. O rosto de Deus é a garantia da Sua presença, e essa é a maior dádiva que poderíamos receber. Então toda a perda e falta viram pontes até os pés de Cristo, aproximando-nos de Seu Reino.
Chamados a buscar
“Recorram ao Senhor e ao Seu poder; busquem sempre a Sua presença”
Salmos 105:4 (NVI)
Buscar a Ele nos leva a viver uma vida de oração, adoração e rendição diária, de forma natural. Buscar a face de Deus significa colocar a intimidade acima da bênção, a adoração acima do interesse.
Quando priorizamos o relacionamento, aprendemos que tudo o que precisamos está n’Ele. Nós temos nossas necessidades humanas, nossa rotina precisa de responsabilidade e entrega.
Você tem sua casa, seu emprego, família, ministérios e tantas outras coisas que dependem de você. Mas sem a força e capacitação de Deus, não chegamos tão longe.
Ele sabe de tudo o que você precisa, e proverá cada parte delas, através de seu esforço e passo a cada dia. Mas precisamos focar nossas forças humanas em Deus para que sejamos fortalecidos por Ele.
Deus deseja que O amemos pelo que Ele é, e não apenas pelo que pode fazer (embora seja natural que recebamos à medida que nos aproximamos d’Ele). Quando buscamos Sua face, a essência de Quem Ele é, descobrimos que a presença d’Ele é a verdadeira recompensa e não existe nada maior que isso.