Abril chegou e junto à ele, o tempo de comemorar a Páscoa. A maioria começa com suas habituais correrias para comprar o bacalhau e os ovos de chocolate que a cada ano ficam mais caros. Outros aproveitam a maravilhosa trégua da rotina para ter alguns dias de descanso por conta do feriado. Se esforçam para definir horários de saída e chegada em seus destinos e aproveitarem esses dias da melhor forma.
O único problema que vejo em meio a tudo isso é que, como de costume, os assuntos do Senhor muitas vezes ficam em segundo plano. Muitas igrejas se esforçam para mostrarem o verdadeiro sentido dessa comemoração. Mas analisando nossa sociedade como um todo e a bíblia, estamos longe de celebrarmos da maneira correta.
A primeira páscoa
Todo cristão deveria saber sobre isso. Porém, antes da minha conversão, passei dezoito anos dentro da igreja sem ao menos ler a bíblia intencionalmente. Então acho importante dizer como essa comemoração se originou. Você pode ler um pouco mais sobre isso em Êxodo 12.
Primeiramente, é importantíssimo entender que Páscoa (em hebraico Pessach) significa “Passagem”. Que por sua vez, tem um significado ainda mais profundo.
No tempo de Moisés o povo de Israel, que descendia de Jacó, Isaque e Abraão era escravo na terra do Egito. O Senhor já havia dito como seria todo o processo quando fez uma aliança com o patriarca Abraão:
Gênesis 15:13 “Então o Senhor lhe disse: “Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos. (14) Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos e, depois de tudo, sairão com muitos bens.”
Todos conhecemos bem o castigo e a história das dez pragas que vieram sobre o Egito. E apenas para contextualizar aos que não conhecem, o Senhor puniu severamente o povo que escravizava a nação de Israel. Até que este finalmente os libertasse do trabalho forçado de quatrocentos anos.
O ultimo castigo e a pior de todas as pragas foi a morte de todo o primogênito entre as cidadãos egípicios, desde o filho do mais pobre servo até o do Faraó. A instrução que Deus deu a Moisés foi de que toda família israelita deveria sacrificar um cordeiro naquela noite e usar o sangue para marcar os batentes das portas.
Então o anjo da morte faria uma passagem pelo Egito e tiraria a vida de todo primogênito, a não ser que estes tivessem sobre suas casas a marca do sangue do cordeiro, como Deus havia ordenado. A partir disso, o Faraó decidiu libertar o povo. Deus então ordenou a Moisés que instruísse todo Israel de que de gerações em gerações essa ocasião fosse comemorada. A passagem de Deus pelo Egito. Bem como a passagem da escravidão para a liberdade ou, de maneira simbólica, da morte para a vida.
A Páscoa de Jesus
Depois de milhares de anos da libertação do povo, a páscoa seguiu sendo comemorada. Jesus era judeu, descendente de Abraão e seguia também todas as tradições do povo de Israel. Tanto que ele comemorou a páscoa com seus discípulos no ocasião que hoje lembramos como a Santa Ceia.
O ponto mais interessante entre tudo é que semelhante ao que aconteceu anos antes na terra do Egito, Jesus se entregou como um cordeiro para que seu sangue marcasse todo aquele que seria liberto da morte. A situação é idêntica, exceto pelo fato de que Jesus era o próprio Deus em forma de homem. E que o valor de seu sangue livre de qualquer pecado foi suficiente para libertar da morte todo aquele que fosse crente em seu sacrifício e propósito até os dias de hoje e até o final dos tempos.
A Páscoa atual
Diferente do que temos visto acontecer na nossa sociedade, a Páscoa deveria continuar sendo uma comemoração sobre a passagem. Da nossa escravidão ao pecado para a liberdade e vida eterna. Ou se preferirem, da morte para a vida.
Aproveite esses dias para se alegrar em Cristo Jesus e relembrar o seu favor. Use desse tempo e dessa reflexão para pensar na maneira que tem vivido e para o que você ainda precisa deixar que sua carne morra para que o Senhor seja cada vez mais vivo em sua vida. Afinal, devemos seguir essa lembrança e instrução, que nos foi dada por Paulo em Gálatas 2.20:
“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”.
Que a graça e paz do nosso Senhor Jesus Cristo, o cordeiro que foi oferecido em sacrifício para nos dar liberdade e vida eterna, seja como todos vocês! Amém!
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